O SUCESSO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO COOPERATIVISMO
É tarde de quinta-feira, os agricultores estão arrumando suas bancas, cada um no seu lugar demarcado. A feira está quase pronta; tem jiló, abóbora, quiabo, milho, rapadura, cenoura, banana, laranja, polpa de maracujá, requeijão, tudo produzido pelas centenas de famílias de agricultores familiares da cidade e região. Itapuranga, distante 167km de Goiânia, é a capital do maracujá, diz uma placa na entrada da cidade.
O município de destaca pela forte organização através do cooperativismo. A COOPERAFI – Cooperativa de Agricultores Familiares de Itapuranga – conseguiu mudar o rumo econômico e social do município, e conseguiu adesão e apoio da Petrobras. Os projetos da cooperativa são financiados pela estatal e por organismo internacionais e do Governo Federal, através do MDA e MDS – Desenvolvimento agrário e social, respectivamente.
O que vi em Itapuranga foi a confirmação de anos de luta e organização que os agricultores familiares tradicionais e assentados na região. As famílias conseguiram transformar suas perspectivas de vida com o cooperativismo. O resultado é um mercado ativo para aquisição dos produtos, o Governo Federal incentivando através dos programas de aquisição de alimentos e da merenda escolar, e também os consumidores do varejo comprando produtos de qualidade.
Ilzo e Lázara, da região do “Laranjal”, na fazenda “Goiabeiras”, são exemplos da resistência organizada da agricultura familiar. Através da COOPERAFI, eles comercializam seus produtos na feira e entregam polpa de frutas para a indústria da cooperativa. “Se fosse possível, traríamos nossos filhos de volta para o campo, a vida aqui melhorou demais”, declarou Ilzo, um cooperado que se dedica à produção de hortifruti orgânicos. Essa modalidade já é maioria no mercado local.
A dedicação de jovens e adultos em Itapuranga, mostra que a Agricultura Familiar continua forte e o campo tem uma tendência para a renovação, a partir de práticas novas que motivam os jovens e abrem novas perspectivas de geração de emprego e renda.
Ah, são pontualmente 17h em Itapuranga, o fiscal geral da feira da agricultura familiar toca o apito, é o sinal que os negócios podem começar. Quem quer comprar compra, e quem quer vender vende….eu comi meu pastel, comprei meu queijo e sai feliz, ao confirmar que 70% dos produtos que chegam à nossa mesa vem da Agricultura Familiar.