HomePostsO massacre do Parque Oeste e a luta do Povo de Deus

O massacre do Parque Oeste e a luta do Povo de Deus

Há 7 anos,  no Parque Oeste Industrial em Goiânia, a PM fecha o cerco contra as famílias de sem teto, e realiza uma operação “inquietação”, com tortura psicológica para começar uma sangrenta operação para desalojar 3,5 mil   famílias. Era 15 de fevereiro de 2005, e eu pergunto: ONDE ESTAVA JESUS CRISTO LIBERTADOR? Do lado de quem o Salvador estava? Dos poderosos ou dos excluídos? Quem estava apoiando os oprimidos e violentados naquela noite? Vejamos!

No dia 16 de fevereiro, o Comando geral da PM, com 2500 militares, recebe autorização para invadir a área e desocupar, com o saldo de vários feridos e duas mortes. As entidades populares e a Igreja Católica de Goiânia, estavam presente, com seus agentes de pastorais e sacerdotes, lutando pelo pobres e oprimidos e defendendo a PAZ!

Frei Marcos Sassatelli e a Irmã Petras, são os primeiros, orientados pelo arcebispo de Goiânia, para lutar, apoiar  e rezar pelos sem teto, inclusive oferecendo teto na Catedral Metropolitana para as famílias desalojadas. Tudo isso parece que foi ontem, mas já se passaram 7 anos, e ainda tem gente na Igreja que faz opção preferencial pelos ricos/opressores.

Não podemos esquecer o massacre do Parque Oeste, e o Frei Marcos disse: “…uma área que, no sentimento religioso do povo, é “amaldiçoada” por Deus e só será “libertada” da maldição divina se for utilizada para o bem comum, e em benefício dos pobres e excluídos da sociedade. Lembrem os responsáveis por essa violação dos Direitos Humanos, praticada com requintes de crueldade, que Deus é justo. Aguardem!”

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ALGUNS FATOS QUE MARCARAM O “POI”

 

12 de maio
Famílias de sem-teto começam a chegar à área (20 a 28 alqueires) e milhares de barracas são espalhadas rapidamente;

9 de setembro
A juíza Grace Corrêa Pereira, da 10ª Vara Cível, concede liminar de reintegração de posse na área ocupada pelos posseiros e dá 20 dias para desocupar os terrenos;

11 de novembro
Secretaria de Segurança Pública diz que precisa de cerca de 40 dias para planejar desocupação e adia retirados sem-teto;

23 de novembro
Ofício encaminhado à SSPJ pela juíza Grace Corrêa determina que o prazo final para desocupação da área é dia 25 de novembro. Secretaria planeja ação, mas não marca data para retirar famílias;

24 de novembro
Polícia anuncia o indiciamento da primeira pessoa acusada de venda ilegal de lotes, SSPJ diz que vai fechar comércio clandestino no local, é encaminhado à Justiça pedido de 45 dias de prazo para cadastrar famílias e começa policiamento ostensivo na área;

1º de dezembro
A juíza Grace Corrêa adia por 23 dias o cumprimento da ordem de despejo das famílias

14 de dezembro
Tribunal de Justiça mantém a decisão da juíza Grace Corrêa, que determinou a saída dos posseiros;

22 de dezembro
A juíza Grace Corrêa prorroga prazo para cadastramento e adia remoção das famílias para o dia 17 de janeiro;

11 de janeiro
Agehab protocola na Justiça pedido de prorrogação do prazo, de mais 20 dias, para o cadastramento das famílias

13 de janeiro
O juiz plantonista da 10ª Vara Cível, Sérgio Divino de Carvalho, nega prorrogação do prazo para cadastramento das famílias e mantém despejo para 17 de janeiro

14 de janeiro
Justiça acata pedido da Procuradoria-Geral do Estado e da SSPJ e adia remoção dos sem-teto para 31 de janeiro

31 de janeiro
Polícia cerca a área, mas não cumpre a ordem de desocupação;

1º de fevereiro
Moradores decidem permanecer na área.

11 de fevereiro
Durante a madrugada, acontece o primeiro confronto entre militares e invasores.

12 de Fevereiro

Depois de pedidos da Igreja e entidades populares para que o Governo evite o confronto, os Sem-teto realizam um ato pela PAZ. O vigário episcopal oeste, Frei Marcos Sassatelli, fala durante o ato e pede que o governo tenha uma solução pacífica;

15 de Fevereiro

Polícia fecha o cerco contra os sem-teto e realiza operação “inquietação”, realizando tortura psicológica durante toda noite, preparando uma operação violenta no dia seguinte;

16 de Fevereiro

Governador autoriza o Comando Geral da PM utilizar 2.500 policiais para retirada dos sem-teto, utilizando cavalaria, choque, cães e muita bomba e munição. A operação começa às 8h e às 11h. Duas mortes: Pedro Nascimento da Silva e de Wagner da Silva Moreira,

17 de Fevereiro

Durante o velório dos dois sem-teto o delegado Carlos Teixeira, manda agentes da Polícia (infiltrados) agir entre os manifestantes que se concentravam na porta da Catedral Metropolitana. Depois de tiros e muita confusão, a polícia saiu do local e a PM cercou o Palácio das Esmeraldas durante o cortejo fúnebre. As crianças e idosos, se alimentaram na Catedral (SPAR) com a solidariedade da Arquidiocese e Casa da Juventude “Pe.Bournier”.

18 de Fevereiro

Casas e barracos da área desocupada, continuam sendo destruídas com os móveis e documentos dos sem-teto ainda dentro dos imóveis. O Governo e a prefeitura de Goiânia, simulam um entendimento para desapropriação da área. O ministro Nilmário Miranda visita a área e recebe relato das entidades e parlamentares;

23 de Fevereiro

Comissão de Parlamentares, Igreja e entidades populares, levam relatório da ação da PM para autoridades em Brasília (Procuradoria da República, CNBB, OAB) e pedem providências e solução para os sem-teto que continuam abrigados em dois ginásios de esportes de Goiânia.

 

 

 

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